terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Pesquisa emprega satélites para previsões de cheias na Amazônia As previsões são realizadas por meio de satélite

Cheia em 2009, no Amazonas. Foto: Gláucia Chair/Portal Amazônia.
Cheia em 2009, no Amazonas. Foto: Gláucia Chair/Portal Amazônia.
MANAUS - Estudo da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) torna mais precisas as previsões de cheias e vazões de rios da Amazônia. O trabalho, baseado em uma tese de doutorado, defendida pelo engenheiro brasileiro Augusto Cesar Vieira Getirana, foi feito em parceria com a Universidade Paul Sabatier/Toulouse 3, da França, que desenvolve projetos na Amazônia há mais de 20 anos.
A tese de Getirana recebeu o Grande Premio Capes de Tese 2010 e deu ao engenheiro brasileiro a oportunidade de ser selecionado pela Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), onde desenvolve projeto na Divisão de Hidrologia.
O professor do Programa de Engenharia Civil da Coppe, Otto Corrêa Rotunno Filho, um dos coordenadores do estudo, informou que a metodologia destacou dados altimétricos, que medem o nível de água no rio, obtidos por meio de satélite, integrando essas tecnologias a dados das estações hidrológicas físicas instaladas no local.
“Esses novos dados altimétricos permitem ter agora estações virtuais, mensuradas por satélite. Eles permitem que se tenha uma coletânea de dados ao longo do curso de água”, disse Rotuno Filho. Ele lembrou, entretanto, que essa rede complementar não anula a importância dos pontos observados pelos hidrometristas, os especialistas de nível médio das estações físicas que vão a campo e leem os dados de vazão dos rios.
“As estações por satélite complementam essa rede de monitoramento que existe na Amazônia e que é bastante escassa, pela dimensão da região e pela logística de acesso aos pontos de coleta de dados. Tudo isso faz com que o satélite tenha hoje um papel muito importante para complementar essa informação mais localizada. Tem uma natureza espacial”, disse Rotunno Filho. Isso confere uma frequência de observação no espaço bem maior.
No modelo construído na tese do engenheiro, outras informações de satélite são utilizadas, como a que permite estabelecer o modelo digital do terreno, com a cobertura e o uso do solo, além dos dados altimétricos. Os testes foram feitos por Augusto Getirana na Bacia do Rio Negro, segundo maior afluente do Amazonas em vazão, apresentando área de 712 mil quilômetros quadrados, dos quais 21,5% estão sujeitos a inundações e a secas.
As tecnologias da Coppe dão mais confiabilidade às previsões de cheias e vazões nos rios da região. Rotunno lembrou ainda que terão de ser feitos estudos e investimentos para colocar as informações em nível mais operacional. Ele disse não ter dúvidas de que as tecnologias permitirão maior controle dos impactos causados ao meio ambiente, como o desflorestamento.
“Na medida em que há mais dados e informações com o satélite, a gente começa a observar e a entender melhor o fenômeno, para poder explicá-lo e modelá-lo”. A metodologia por satélite permitirá, no futuro, fazer previsões em grandes áreas. Rotunno explicou que esse trabalho será útil para as comunidades ribeirinhas, à medida que permitirá alertas antecipados em relação às cheias por exemplo, contribuindo para reduzir danos econômicos e sociais.
“O objetivo da construção desses modelos hidrológicos é a gente poder fazer uma gestão dos recursos hídricos da região em quantidade, tanto no espaço quanto no tempo”. Ele disse que os modelos ajudam a entender melhor o comportamento dos rios. Com isso, pode-se antecipar e disseminar as informações para as comunidades, que terão sistemas mais ágeis de comunicação.
O estudo será ampliado para outros afluentes do Rio Amazonas, como o Tapajós e o Madeira, abrangendo área de 6 milhões de quilômetros quadrados, que envolve não só o Brasil, mas países vizinhos. “A gente tem que levar em conta essa integração latinoamericana”. Para isso, os pesquisadores vão precisar de uma base de dados dessas nações, onde nascem vários afluentes do Amazonas.


Fonte: Portal Amazônia

Satélites serão usados para proteção da Amazônia O mesmo texto autoriza o Brasil a firmar tratado com países que desejarem compartilhar a capacidade, com divisão dos respectivos custos.

 
Foto: Divulgação

Brasília – A Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (14), projeto que autoriza o governo a desenvolver, lançar e operar satélite, com fins civis e militares, de forma a disseminar serviços de comunicação e proteção da Amazônia. O mesmo texto autoriza o Brasil a firmar tratado com países que desejarem compartilhar a capacidade, com divisão dos respectivos custos.

Para a autora do textto (PLS 500/11), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM), as características geográficas, econômicas e populacionais da Amazônia tornam imprescindível a utilização da tecnologia de satélite para cobrir a região e dotá-la de serviços de comunicações compatíveis com as demandas da população. Na opinião de Grazziotin, é fundamental que o Estado volte a investir diretamente na infraestrutura.

Votado na CCT, o projeto ainda vai ao exame da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde será deliberado em caráter terminativo. Relator da matéria, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) reconheceu a iniciativa como solução mais viável para a Amazônia. Para ele, as tecnologias terrestres, como a fibra ótica, são economicamente desaconselháveis para aplicação na região.

No relatório, ele apresentou ainda o seguinte argumento:

“A utilização da tecnologia de satélites tem caráter estratégico para a defesa do país, já que sua ampla cobertura pode incluir regiões de floresta e áreas fronteiriças, bem como águas nacionais e internacionais, propiciando também mobilidade às forças militares”.
 
Fonte: Portal Amazônia.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sustentabilidade

MANAUS - O ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwazenegger, e o cineasta James Cameron deram início, na manhã desta quinta-feira (23), à programação do 2 Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus. Eles defenderam, em coletiva de imprensa, a utilização de energias renováveis para evitar uma crise ecológica.

Os palestrantes consideram importante o envolvimento de órgãos governamentais e privados em fóruns ambientais. "Conferências como esta são boas para compartilhar ideias. Posso levar para a Califórnia bons programas utilizados no Amazonas, assim como o governador daqui pode fazer o mesmo", ressaltou Schwazenegger.

Também houve destaque à importância da utilização de fontes renováveis, como a água, energias solar e eólica. Schwazenegger afirmou que mobilizará governantes de diversos países para criação de uma política de "energia verde".

O ex-governador ainda elogiou o governo Lula pela preocupação com o meio ambiente ao incentivar políticas de desenvolvimento sustentável. "O Brasil, apesar de todas as dificuldades, se destaca em utilização de energias renováveis. O etanol é um sucesso", lembrou.

Segundo James Cameron, "não trabalhar com sustentabilidade é como construir uma casa em areia movediça".  O cineasta criticou as políticas de energia no Brasil. "A Alemanha, que passa por grandes invernos tem 20% de energia de fonte solar. Por que o Brasil, que é um país tropical, não pode ter também?", questionou.

James Cameron destacou que o Brasil deve ser exemplo em políticas ambientais, e ressaltou a importância do desenvolvimento de estudos sobre o uso da água para manejar o recurso de maneira a não prejudicar a natureza.

"Precisamos de heróis, mas estes precisam ser vocês. Os heróis do meio ambiente devem ser os populares, e não apenas os governantes. É importante reconhecer a magnitude dos recursos que temos", lembrou.

Schwazenegger, em tom de brincadeira, comparou a ação dos defensores da natureza à filmes de ficção científica. "No cinema, a solução seria utilizar uma máquina do tempo para voltar ao passado e corrigir nossos erros. Ensinaríamos às pessoas o que é sustentabilidade, para que elas cuidassem do meio ambiente", disse.

O ator, relacionando o desenvolvimento sustentável à famosas falas do filme "Exterminador do Futuro", brincou que irá dizer 'hasta la vista' a todos os problemas com combustíveis fósseis e 'I'll be back' (do inglês, 'voltarei') para resolver questões de sustentabilidade.
fonte:portal


DESMATAMENTO




BRASÍLIA - A Amazônia perdeu 63 quilômetros quadrados (km²) de floresta em fevereiro, de acordo com os números do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), divulgados hoje (23) pela organização não governamental Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Na comparação com fevereiro de 2010, quando os satélites registraram 87 km², houve redução de 28% no ritmo da devastação.

No entanto, por causa da cobertura de nuvens, os dados podem estar subestimados. Em fevereiro, foi possível observar apenas 12% da Amazônia Legal. Em estados como Pará, Amazonas e Mato Grosso, as nuvens cobriram 90% do território.

Rondônia foi o estado que mais desmatou a Amazônia em fevereiro, com 36 km² de floresta a menos (56% do total derrubado no período). No Pará, os satélites registraram 19 km² de novos desmates, em Mato Grosso, 7km² e em Roraima, 2km².

Além do corte raso (desmatamento total), o levantamento do Imazon também mede a degradação florestal, que considera florestas intensamente exploradas por atividade madeireira ou atingidas por queimadas. Em fevereiro, a degradação avançou 113 km², área 14% maior que a registrada no mesmo mês de 2010, de 99 km². O estado com maior área degradada no período foi Rondônia, com quase 74% do total registrado.

O Imazon estima que o desmatamento em fevereiro provocou a emissão de 4,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente – medida que considera todos os gases de efeito estufa.

O monitoramento oficial do desmatamento da Amazônia é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No período crítico de chuvas na região, que vai de dezembro a março, o instituto não divulga relatórios.





FONTE:PORTAL.